
Prefere o traço à cor e serve-se dele para criar as mais ternas, tímidas, sérias, revoltadas, sisudas e sonhadoras personagens. Têm rostos de cereja ou de morango, sobrevoam cidades pelo pé de uma folha verdejante, comem grandes baguetes recheadas de alface, trocam corações de papel e selam os lábios com um fecho éclair. O universo das imagens do ilustrador francês Serge Bloch é um mundo mágico de colagens entre a fotografia e o desenho, e um jogo de exploração de surpreendentes formas e sentidos. Lâmpadas em modo porquinho mealheiro ou narizes de ovo estrelado preenchem o imaginário deste desenhador que, na simplicidade do esquisso, alcança o sorriso (e o riso) de pequenos e adultos. Serge Bloch nasceu em 1956. Ilustra para publicidade e para imprensa, e tem uma agência de comunicação. É mundialmente conhecido pelas bandas desenhadas infantis “Max et Lili” e “SamSam”. “Eu espero”, com texto de Davide Cali, nutriu igualmente encantos um pouco por todo o mundo, e está publicado em Portugal pela Bruaá, que recentemente editou a ímpar coletânea de poesia “O tigre na rua”, maravilhosamente ilustrada por Bloch. Assinalando uma luxuosa entrada no outono, Serge Bloch será o Ilustrador Convidado do Cria Cria nos meses de setembro e outubro.
Cria Cria: Os seus momentos de criação são, por norma, felizes? Ou são difíceis? Tem uma relação saudável com todas as ilustrações que vai terminando e juntando ao seu portefólio? Fica sempre satisfeito com os resultados do seu trabalho?
Serge Bloch: Em geral, sinto prazer. Mesmo quando tenho dificuldade em começar, em encontrar a energia, as ideias, depois de algum tempo perco-me no trabalho. E o prazer vem. Quando faço um trabalho, penso que o que faço é Continue reading →