Prefere o traço à cor e serve-se dele para criar as mais ternas, tímidas, sérias, revoltadas, sisudas e sonhadoras personagens. O universo das imagens do ilustrador francês Serge Bloch é um mundo mágico de colagens entre a fotografia e o desenho, e um jogo de exploração de surpreendentes formas e sentidos. Serge Bloch nasceu em 1956. Ilustra para publicidade e para imprensa, e tem uma agência de comunicação. “Eu espero”, com texto de Davide Cali, nutriu encantos um pouco por todo o mundo, e está publicado em Portugal pela Bruaá, que recentemente editou a ímpar coletânea de poesia “O tigre na rua”, maravilhosamente ilustrada por Bloch. Nestes últimos dias do mês de outubro, a nossa etapa com Serge Bloch como nosso Ilustrador Convidado chega ao seu fim. O Cria Cria não quer deixar de expressar o seu sincero agradecimento pela prontidão, interesse e dedicação que o ilustrador manifestou ao longo destas semanas de partilha das suas ideias, das suas histórias e dos seus trabalhos. Desejamos que os livros, as imagens e as personagens de Bloch continuem a viajar por esse mundo fora e a chegar, bem de perto, até nós. Merci bien, Serge.
Cria Cria: Com o excesso de oferta no campo da ilustração que aconteceu um pouco por todo o mundo nesta última década, acha que o mercado ainda consegue ser justo para quem faz os trabalhos de maior valor artístico? O crescimento exponencial da oferta tem sido devidamente acompanhado pelo crescimento da procura? Tem alguns períodos de tempo sem trabalhos novos em mãos? Ou, por outro lado, recusa muitas propostas de trabalho?
Serge Bloch: Há uns dias, conversava com um amigo que dirige uma das grandes casas editoriais parisienses, ele disse-me que um Continue reading