
A coluna Ilustrador Convidado do Cria Cria propôs dar a conhecer melhor ao longo dos meses de janeiro e fevereiro o nome e a obra de André da Loba. Apesar do seu trabalho ainda não ter alcançado o merecido reconhecimento aqui em Portugal, já atingiu níveis de excelência e prestígio mundial praticamente inéditos na história da ilustração nacional. Dotado de um talento e de um estilo singulares, André da Loba é um imenso motivo de orgulho criativo em qualquer parte do mundo.
Ao concluirmos aqui esta série de artigos sobre André da Loba, deixamos-lhe um agradecimento público do tamanho do oceano que nos une, pela extraordinária riqueza das palavras e das imagens que conosco partilhou ao longo destes meses, mas também pela imensa disponibilidade que evidenciou em todos os momentos desta nossa proposta.
Cria Cria: Com o excesso de oferta no campo da ilustração que aconteceu em Portugal (e um pouco por todo o mundo) nesta última década, acha que o mercado ainda consegue ser justo para quem faz os trabalhos de maior valor artístico? O crescimento exponencial da oferta tem sido devidamente acompanhado pelo crescimento da procura? Um ilustrador com um talento como o seu pode viver apenas da ilustração? Tem alguns períodos de tempo sem trabalhos novos em mãos? Ou, por outro lado, recusa muitas propostas de trabalho?
André da Loba: O mundo da ilustração é complexo, às vezes amador e por isso cheio de imprevistos. Há muitas coisas interessantes e outras tantas desinteressantes; mas eu acredito que a teoria da evolução de Darwin se pode aplicar ao mundo das artes e que organicamente vai selecionando e mantendo o que de melhor se faz. Todos os anos passam aqui por Nova Iorque milhares de artistas, atores, escritores, músicos: vêm tentar a sua sorte. Gente com muitas ideias boas e sobretudo com muito boas intenções. Alguns com mais talento do que outros. Mas, do que posso observar, nem sempre o que à partida parece a Continue reading →