
João dos Santos, grande (imenso!) pedopsiquiatra português, foi um dos primeiros a insistir na questão das competências iniciais que todas as crianças deveriam ter oportunidade de desenvolver para que, mais tarde, consigam ser bem sucedidas nas aquisições formais escolarizadas, como a leitura, a escrita, a matemática, sempre alvo de constantes preocupações parentais e origem de tanto “stress” pedagógico. Falava ele na “leitura do mundo”, tridimensional, real, natural. Só depois de identificados, nomeados, manipulados, interiorizados estes “objetos”, do tamanho real à miniatura, estará a criança mais disponível para a passagem para leituras bidimensionais (fotografias, ilustrações, silhuetas e contornos, e escrita). Sylviane Rigolet, outra prestigiada professora e psicolinguista suíça, a trabalhar desde há longos anos em Portugal, explica bem esta questão ao falar numa “ordem de desenvolvimento das sucessivas leituras do mundo”. Não se percebe pois “certa pseudo-educação”, que obriga classes de bebés a Continue reading →