Comemoramos hoje, 4 de outubro, o Dia Mundial dos Animais. Presenças centrais na história da literatura, e figuras-chave em particular na literatura infantojuvenil, reza a tradição que os animais devem neste dia ser abençoados e colocados sob a proteção de S. Francisco de Assis, santo amante da natureza e protetor de todos os seres. Em escolas, programas, notícias e associações, de pendor mais ou menos ecológico, se recorda a necessidade da posse responsável, já que a ligação aos animais, sobretudo nas grandes cidades, se concretiza tendencialmente na posse de um animal-brinquedo, não poucas vezes reduzido ao estatuto de antídoto para a solidão ou de prisioneiro-mascote, válido enquanto entretenimento, descartado como lixo assim que perdidos os entusiasmos da novidade ou quando a doença exige atenção e dinheiro.
Eis aqui a obra do fotógrafo espanhol Miguel Vallinas, no seu projeto “Segundas pieles”. Não são apenas pessoas (trans)vestidas de animais ou animais vestidos como pessoas – nestes retratos antropomórficos (iluminados, encenados e cuidados com o amor de quem todos os dias nasce e morre para a arte), estamos nós, seres humanos, como animais que somos.
Sugerimos que siga ainda a série de autorretratos deste autor, simplesmente intitulada “Pieles”, um eu/outro em diferentes cenários (ou “peles”) profissionais.
Paula Pina