Cotonetes, sprays, pomadas, fraldas, desinfetantes, cabeças moles, côncavas, achatadas, borbulhas, xaropes, vacinas, vitaminas… SOCORRO! É assim quando, ao fim de nove meses, nos cai um bebé ao colo. Dúvidas, medos, inseguranças… opiniões dispersas, desde a cunhada à tia-avó, toda a gente tem uma opinião (diferente) sobre o recém-chegado. É por isso que convém seguir só uma, a correta e a que ninguém contesta ou contraria: a do nosso pediatra. O nosso pediatra está lá, sempre esteve e sempre estará… haverá uma distância maior, proporcional ao tempo, mas sabemos que ele é o médico da nossa família e que funciona como uma espécie de rede sob as acrobacias do quotidiano. A cada visita, o nosso pediatra injeta-nos (aos pais) uma boa dose de bom senso (que parece escassear), ajuda-nos a distinguir o bem do mal, o sim do não, e a não descurar o pormenor, porque tudo é urgente e importante quando se trata de educar pessoas – é um empenho diário e o maior desafio dos pais. Para o nosso pediatra, a fruta esmagada não é mais importante que o comportamento, e ainda bem, porque vejo cada vez mais famílias a cavar alegremente as suas “sepulturas” com a melhor das intenções – “ele não come nada”, “ela bate na irmã”, “ele acorda todas as noites”, um rol de lamúrias que mais não é do que a colheita do que se plantou. Por trás de todas as questões, há sempre uma resposta, e mesmo que no momento a encaremos com algum ceticismo, o resultado é quase sempre surpreendente: “não é que resultou?” O meu pediatra, o Dr. Mário Cordeiro, tem um profundo entendimento destas criaturinhas que não trazem livros de instruções. Por isso é que já escreveu alguns.
Sara Nabais [convidada do Carrossel Cria Cria*]