O “tijolo”, universalmente conhecido como boombox, antigo radiogravador, adquire uma mobilidade ímpar através da multiplicação e da construção quase arquitetónica de “esculturas sonoras” que modelam o espaço envolvente. A galeria é transfigurada através da projeção de sonoridades compostas por resquícios de música rock experimental, o que de certa forma enfatiza a descontextualização semiótica destas aparelhagens portáteis, cuja existência é invariavelmente associada à cultura hip hop. A distorção do som e o “tijolo” transfigurado e despojado da sua utilidade inicial associam-se numa composição que apela ao minimalismo estético. O hipnotismo destes trabalhos situados entre a escultura e a instalação, o revivalismo do referencial do rock juvenil e a desconstrução de elementos visuais e sonoros é uma confrontação fértil em significados, um questionamento da cultura contemporânea em tom de intervenção.
9 fevereiro > 19 maio
exposição “Esculturas sonoras, 1994-2013”, de Rui Toscano
Culturgest, Lisboa
[a partir dos 3 anos]