Adriana Partimpim [no Carrossel com Maria João Caetano]

 

Quem se habituou a ver Adriana Calcanhotto de violão na mão a cantar “Vambora” pode muito bem ter apanhado um susto ao descobrir que ela também pode ser Partimpim. Adriana Partimpim chega aos seus concertos descendo dos céus envolta em balões, usa máscaras divertidas e toca uma parafernália de instrumentos de brincar. Numa coisa, porém, Calcanhotto e Partimpim são muito parecidas: na qualidade do seu trabalho musical. Mesmo quando usa a sua alcunha de infância, Adriana não facilita. O alter-ego da cantora gaúcha surgiu pela primeira vez em 2004 no disco “Adriana Partimpim”. A sua versão para “Fico assim sem você”, de Claudinho e Buchecha, tornou-se um hit entre as crianças e entre parezinhos apaixonados. Mas nesse primeiro disco o difícil mesmo era encontrar uma canção menos boa – desde “Saiba” (de Arnaldo Antunes) a “Ciranda da falsa bailarina” (Chico Buarque / Edu Lobo) passando pela “Formiga bossa nova” – música de Alain Oulman e poema de Alexandre O’Neill, tema imortalizado por Amália. Cinco anos depois, Partimpim voltou a atacar. Em “Dois” ela tanto se dedicou a juntar a música erudita de Heitor Villa-Lobos a um poema de Ferreira Gullar para criar “O trenzinho do caipira”, como retomou “Gatinha manhosa”, canção romântica de Roberto e Erasmo Carlos. Foi buscar o muitas vezes esquecido “Bim bom” de João Gilberto, uma versão de Zé Ramalho para o tema de Bob Dylan “Man gave name to all the animals” e até a saga de Alexandre de Troia em “Alexandre”, de Caetano Veloso. “Não gosto dessa compartimentação de música para crianças”, diz Adriana. Nós também não. Por isso, lá em casa, estes discos são para todos.

 

Maria João Caetano [convidada do Carrossel Cria Cria*]

 

*O Cria Cria completou no início de junho um ano de vida. Como presente, pedimos um carrossel, no qual passámos, na companhia daqueles que ao longo deste ano nos ajudaram a crescer e a dar os primeiros passos, um delicioso verão. Agora que ele já está no fim, é no nosso carrossel que queremos aproveitar os seus últimos gloriosos dias. “A pedido de várias famílias”, as nossas viagens continuarão, neste mês de setembro, a ser feitas com outras crianças sem idade, como nós: escritores, editores ou distribuidores cujos trabalhos na área cultural e pedagógica para o público infantojuvenil nos motivaram e inspiraram ao longo destes nossos 15 meses de vida. Fieis ao lema de um antigo carrossel que garantia sempre “mais uma volta, mais uma emoção”, queremos que cada um desses nossos convidados passe um longo fim de semana connosco, partilhando a cada nova volta do carrossel uma nova emoção: propostas de paixões pessoais mais ou menos recentes neste campo (e não só…), ideias que nos tenham escapado e que sabemos que vão transformar o Carrossel Cria Cria numa aventura mais feliz e bonita. Sempre à sexta feira, ao sábado e ao domingo, aqui brindamos à entrada no nosso segundo ano e aqui nos despedimos do solarengo estio. Para continuar a fazer rodar o nosso Carrossel, temos neste fim de semana a companhia de Maria João Caetano, jornalista do Diário de Notícias.
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