Esta pirâmide de animais, caso a consigamos erguer até ao fim – o que não é nada, mesmo nada fácil –, é um jogo alemão da Haba, dos 4 aos 99 anos, para dois a quatro jogadores – um jogador também é mais do que suficiente –, que diverte os miúdos e os graúdos cá de casa.
Se o trago aqui até ao Carrossel não é apenas para dar mais uma “voltinha”, a última, à laia de sugestão e despedida, ainda que valha realmente a pena experimentá-lo. Serve-me pois mais de pretexto para um pequeno desabafo, a propósito da dificuldade em encontrar certos brinquedos e jogos didáticos, especialmente de madeira, e tão comuns noutros países, aqui em Portugal, sobretudo fora dos grandes centros urbanos, ressalvando porém neste campo o exemplar trabalho de distribuição levado a cabo no nosso país, e há já mais de 20 anos, pela Cristina Siopa, no que à Haba, entre outras prestigiadas marcas de jogos e brinquedos, diz respeito.
Pessoalmente, costumo trazê-los da Alemanha, geralmente de Frankfurt, quando da Feira do Livro em outubro. E muitos deles trago-os da própria feira no último dia, é verdade – estão à venda, por vezes a preços inacreditáveis! Para quem não sabe, o Pavilhão 3.1, o mesmo dos comics, onde no fim de semana da feira é possível encontrar algumas centenas de adolescentes alemães a passear, envergando a máscara do seu herói de manga, ou outro género, favorito, num verdadeiro desfile de caraterização, está também recheado, por assim dizer, de brinquedos, jogos de lógica, entre outros, e puzzles didáticos, a par dos stands de algumas das principais e mais conceituadas editoras alemãs de literatura infantojuvenil… e as crianças costumam andar por lá a testá-los, a ler… e a brincar.
É certo que por cá esta tendência, a de associar livros a jogos e brinquedos num mesmo espaço, tem vindo a ser invertida, e basta dar uma volta por algumas das nossas livrarias. Mas é certo também que esta tendência é muitas vezes olhada de lado, com certo desdém. Não estando aqui a fazer a sua apologia, parece-me porém que há que atentar no lado positivo: se uma coisa levar à outra, se de um jogo passarmos à leitura, ou vice-versa, fazendo boas pontes, daquelas pontes com estruturas bem fortes, ganhamos todos um pouco mais, quem sabe.
Margarida Noronha [convidada do Carrossel Cria Cria*]