A mostra que propõe “Os filmes” de António Palolo reúne algumas das peças do espólio videográfico do pintor e artista plástico eborense, produzidas entre o final dos anos 60 e 1978. Os primeiros filmes são composições animadas a preto e branco, conjugando elementos iconográficos reclamados a períodos que se estendem da pop art até à arte clássica, com formas pictóricas, geométricas, corpos fragmentados que se decompõem e se recompõem numa combinação arbitrária (ou nem por isso…). Com fulgurações dadaístas e reverberações da pintura de Palolo, estes trabalhos demarcam-se das experiências dos anos 70, apresentadas em sequência, como proposta de leitura, no espaço expositivo. Da mesma forma, a mostra que a acompanha na Culturgest, “As sombras de Lisboa”, de Jef Geys, é igualmente um marco assinalável no programa das exposições possíveis no Portugal de 2012. O artista belga expõe material trabalhado a partir de 36 fotografias tiradas em Lisboa, em 1998, fotografias do quotidiano, quadros que contrastam o fantasma e a claridade, na terminologia do próprio Geys, registos da passagem do tempo e uma intangível visão que realça o classicismo da extrema inexorabilidade poética que Lisboa celebra em tantos dos seus mais voláteis detalhes urbanos.
15 junho > 2 setembro
exposição António Palolo, “Os filmes”
Culturgest, Lisboa
[a partir dos 8 anos]
15 junho > 2 setembro
exposição Jef Geys, “As sombras de Lisboa”
Culturgest, Lisboa
[a partir dos 18 meses]