“All that we see or seem is but a dream within a dream”. Esta frase, de Edgar Allan Poe, surge reconfigurada enquanto epígrafe de um dos discos de Bernardo Sassetti (“Motion”, publicado pela Clean Feed em 2009, em trio com Carlos Barretto e Alexandre Frazão), com fotografia e design também do pianista e compositor. Recordamos este álbum porque uma das peças é “Motion II”, uma nova gravação de um tema escrito para a banda sonora original do filme “98 octanas”, do realizador Fernando Lopes. Fernando Lopes (28 dezembro 1935 / 2 maio 2012) e Bernardo Sassetti (24 junho 1970 / 10 maio 2012), um realizador e um músico, duas obras marcantes da cultura portuguesa das últimas décadas, ambas plenas de lirismo onírico, de “sonho dentro de sonho”. Bernardo Sassetti fica-nos ainda na música do filme mudo “Maria do Mar”, de Leitão de Barros, ou na memória das recentes leituras, com Beatriz Batarda, do conto “A menina do mar”, de Sophia. Morreu ontem, a olhar o mar. “[Foram] para onde? Longe. E onde é que isso fica? Perto.”
Paula Pina
Cria Cria 
Não sei se estou certa, mas acho que poderia ser perfeitamente uma passagem do livro “Para onde vamos quando desaparecemos”. É uma bela frase que conforta o coração de quem já perdeu alguém, cujas saudades jamais serão saciadas.
Rita,
Refere-se à última frase do nosso texto? É um excerto de um diálogo do filme “98 octanas”, de Fernando Lopes (o argumento é de João Lopes…). Mas, sim, realmente faria muito sentido num livro como “Para onde vamos quando desaparecemos?”… Tal como faz muito sentido em qualquer coração que experimente essa saudade eterna de alguém próximo. São palavras simples mas de revigorante efeito anímico. Não há muitas assim…
Obrigada pelo seu comentário.
Até breve,
Op.