São muitos, imensos, quase duas centenas, os títulos. Os autores tornaram-se-nos familiares: Tomi Ungerer, Eric Carle, Iela Mari, Gianni Rodari, Maurice Sendak, Anthony Browne, Leo Lionni. Os ilustradores também: André da Loba ou Yara Kono, por exemplo. As parcerias foram felizes: dos dois lados da fronteira e agora também além fronteiras, para lá do oceano, no México, no Brasil. O projeto de um grupo de teatro espanhol, que nos idos anos 90 apresentava espetáculos em escolas a partir de contos tradicionais, veio para Portugal e instalou-se em Matosinhos, em 2002.
André da Loba, postal comemorativo do 10º aniversário da Kalandraka Portugal
“O coelhinho branco” ainda faz sucesso. Depois dos álbuns para pré-leitores e leitores iniciados, vieram os contos tradicionais, os clássicos, os novos autores. Trouxeram inéditos e obras esquecidas, raras. Pensaram também nos outros, na diferença, e conseguiram ser diferentes. Trazem-nos obras únicas, por vezes difíceis de catalogar, como as de Shaun Tan. Condensam em antologias produções poéticas de autores extraordinários, portugueses ou não: Bocage, Pessoa, Florbela Espanca, Cesário Verde, e os maravilhosos “O segredo do papa-formigas” (de Beatriz Osés e Miguel Ángel Díez) ou “Para fazer o retrato de um pássaro” (de Jacques Prévert e Mordicai Gerstein).
Yara Kono, postal comemorativo do 10º aniversário da Kalandraka Portugal
Hoje mesmo se celebra o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil. Ao fim da tarde, às 7 horas, na Livraria Papa-Livros, no Porto, a Kalandraka comemora dez anos. Nestes tempos difíceis, muitos livros estão a nascer, para logo morrer, em edições únicas. Mas a Kalandraka nasceu para ficar. Longa vida à Kalandraka!
Paula Pina