Celebrando Akira Yoshizawa no aniversário do seu nascimento e da sua morte

 

Akira Yoshizawa, criador japonês decisivo na história da arte do origami, a arte da “dobragem da folha” (“ori” significa “dobragem”, “gami” significa “folha”), celebraria hoje 101 anos se fosse vivo. Mas tristemente também hoje se celebram sete anos desde o seu desaparecimento.

 

 

O visionário origamista nasceu numa pequena cidade no centro do Japão e era filho de agricultores. Aos 13 anos, mudou-se para Tóquio para trabalhar numa fábrica, onde mais tarde começou a ensinar a outros operários princípios de geometria através da arte ancestral do origami. Quando ganhou a consciência plena da sua paixão e vocação, decidiu dedicar-se a tempo inteiro às dobragens em papel, tendo vivido na penúria durante mais de 20 anos, incluíndo o período da II Guerra Mundial, em que fazia as suas belas borboletas, leões e mochos para os feridos soldados nipónicos.

 

 

Finalmente, nos alvores dos anos 50, Yoshizawa conseguiu o merecido reconhecimento pela sua mestria, quando uma revista japonesa lhe encomendou dobragens dos 12 signos do zodíaco. Em 1955, expôs pela primeira vez as suas peças internacionalmente, no Museu Stedelijk, em Amesterdão, e em 1998 teve uma mostra no Louvre. Hoje, é-lhe reconhecida a autoria de mais de 50 mil modelos de origamis, muitos deles publicados nos seus livros.

 

 

Yoshizawa foi um apaixonado pelo origami e tornou esta atividade, que em tempos havia sido um mero passatempo infantil, numa manifestação artística admirada e seguida em todo o mundo. Concebeu os famosos grous e cisnes, mas também outros tipos de peças extremamente complexas, como pavões, elefantes, chimpanzés ou cegonhas, nas quais o papel parece adquirir movimento e vida própria. Akira Yoshizawa desenvolveu técnicas precisas — p.ex., a dobragem molhada, que consiste em humedecer o papel de origami para melhor o conseguir moldar — e foi o responsável pelo desenvolvimento do sistema de notação que todos os amantes de origami hoje usam e que torna possível a universalidade desta arte. Yoshizawa procurava a verosimilhança, e o seu trabalho contemplou de tal forma essa beleza das coisas que, certo dia, ao apreciar a perfeição de uma espiga de arroz que criara, não conseguiu conter as próprias lágrimas.

 

 

Uma pequena amostra do legado de Akira Yoshizawa pode ser testemunhada neste video, onde Kiyo Yoshizawa exemplifica o método desenvolvido pelo seu marido, dobrando uma borboleta e dois cães:

 

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