Abençoada seja a juventude que habita ainda filmes como o esplendoroso “The tree of life” (“A árvore da vida”, de Terrence Malick, milagre central no corrente ano cinematográfico, com uma surpreendente carreira de bilheteira que – um par de meses cumpridos sobre a sua chegada ao circuito local – ainda o mantém em exibição num número assinalável de salas) ou como “Super 8”, vibrante celebração do exponencial onírico do cinema juvenil que hoje, 28 de julho, invade e domina com total mérito a agenda de estreias deste verão. Prodigiosa na sua noção de humanidade e no respeito mais intransigente pela narrativa e pelas emoções das personagens, sem jamais abdicar de uma empolgante destreza técnica e de estilo, esta é a oferenda de amor que o realizador J. J. Abrams (criador de “Lost” e diretor de “Cloverfield” ou de “Star Trek”) dedica a Steven Spielberg, seu inequívoco referencial, encarregue das virtudes da produção e da inspiração que brilha tacitamente em muitos dos mais memoráveis momentos deste “Super 8” – nostalgia e fantasia subtraída essencialmente à obra-prima “Close encounters of the third kind” (“Encontros imediatos do terceiro grau”, 1977) e a “E.T. – The extra-terrestrial” (“E.T. – O extraterrestre”, 1982), mas também a “War of the worlds” (“Guerra dos mundos”, 2005) e, de certo modo, a “A.I. – Artificial intelligence” (“Inteligência artificial”, 2001). Promessa de tantos encontros imediatos de primeiro, segundo e terceiro grau de parentesco, capaz de anular estrategicamente simbólicas distâncias geracionais, nivelando-as pelos mais distintos padrões desta escola americana da transição das décadas de 70 para 80 (não por acaso, a história decorre em 1979…), ainda com um imenso orgulho no que o cinema pode dar ao mundo moderno, ou seja, arte e entretenimento, pedagogia e sonho.
28 julho [estreia nacional]
filme “Super 8” (“Super 8”), de J. J. Abrams, com Joel Courtney, Kyle Chandler,…
[a partir dos 12 anos]
Moreno Fieschi